quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Serenata


A Serenata
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.

Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.

Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.

Quando ele vier, porque é certo que ele vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.

De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

Adélia Prado

Adoro qdo ela me explica sobre as frases e palavras, o significado das coisas... os poemas tem mais cor qdo me lembro das palavras dela, do sorriso, da expressão do rosto, ao ler esse poema consigo relembrar cada instante..... obrigado por isso!!!!!

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